Pai de Eloá é um assassino
O pai da Eloá Pimentel, a única morta no sequestro que se tornou show para o Brasil, é um assassino. Segundo a polícia alagoana, Everaldo dos Santos é o fugitivo número um do estado, sendo procurado por quatro crimes, entre eles, três homicídios. Para piorar, um dos mortos pelo grupo de extermínio que Everaldo fazia parte era irmão de um ex-governador do estado nordestino.
Sei que Eloá não tinha nada a ver com isso e sou uma das milhões de pessoas que ficaram chocadas com o caso. Mas o Everaldo provou do próprio veneno. Não sei quem é ele e nem quem foram suas vítimas, mas sei que todas elas foram julgadas e condenadas a morte por seu bando. Tinham famílias que, quem sabe, hoje estão destruídas depois da morte violenta de um de seus entes queridos.
Não chamo todo esse caso de justiça. De forma alguma vou concordar que a morte de Eloá foi um castigo bem aplicado no Everaldo. Não! A jovem de 15 anos foi vítima de uma mente pertubada, que deveria ter sido neutralizada pela polícia antes do desfecho trágico. Nada tem a ver com o que o pai dela fez ou deixou de fazer.
Mas é impossível não nos submetermos a uma reflexão. Pensarmos que o mal que fazemos aos outros nunca vai nos atingir é uma besteira. O mundo dá voltas e o velho ditado "não faça aos outros o que não queres pra tí" deve ser encarado de forma aplicável em nossas vidas permanentemente.
Continuo de luto pela adolescente que teve seu futuro interrompido por uma bala na cabeça atirada por um amor doentio, mas fico feliz, porque, ao final de tudo, dois assassinos estarão atrás das grades.
Israel Leal
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