quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Crítica: "As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada"

Não é nenhuma novidade que o novo filme da série “A Crônicas de Nárnia” seja mais uma prova de que é possível se fazer um entretenimento saudável, sem apelar para a sexualidade, violência ou qualquer outra coisa que “venda bem” hoje em dia. Mas “A Viagem do Peregrino da Alvorada” que chega aos cinemas neste 10 de dezembro, supera as benevolentes didáticas dos filmes anteriores (“O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupas”, de 2005, e “Príncipe Cáspian”, de 2008). É uma história que pode ser acompanhada sem medo e que, como poucas, contribui para que saiamos da sala de cinema como pessoas melhores. Edificante e inspiradora.

Na terceira jornada dos irmãos Pevensie pela terra encantada do leão Aslan, Lúcia e Edmundo, além de seu problemático e hilário primo Eustáquio, embarcam no grande Peregrino da Alvorada rumando para ilhas misteriosas à procura dos sete Fidalgos, Lordes banidos de Nárnia. Dentro da embarcação acompanhamos também o agora Rei Cáspian e o ratinho aventureiro e invocado Ripchip.


A trama se diferencia muito das histórias anteriores pela ausência das guerras que marcaram os dois primeiros filmes. Mas isso não quer dizer que falte emoção e ação no enredo. Com aventuras de tirar o fôlego que se encerram por si em cada ilha visitada e as batalhas internas que cada personagem enfrenta, o longa não deixa cair a peteca e prende a atenção em cada instante.

O filme trata de uma forma muito clara de fé, das tentações e do mal que podemos causar a nós mesmos, mostrando a que veio, como aconteceu em “O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupas”. Além disso, caso você não curta uma aventura ou a temática claramente cristã do filme, no mínimo dará boas risadas com a conturbada relação de amizade e ódio entre o histérico Eustáquio e o roedor Ripchip.

Confesso que queria uma participação maior de Aslan nas quase duas horas de filme. O pouco tempo do grande leão na trama são, como sempre, decisivos. É ele quem revela que o verdadeiro vilão está dentro de cada um dos personagens e é ele que protagoniza a parte mais importante do filme. Em um final emocionante e cercado por despedidas - que paga o ingresso - Aslan faz a importante e, por muitos aguardada, revelação sobre quem ele é no mundo real.

O que falar dos atores? Bem, o amadurecimento de Skandar Keynes (Edmundo) e Georgie Henley (Lúcia) é notável. Mais seguros de seus papéis eles retornam a seus personagens com maestria. Ben Barnes (Cáspian) também consegue nos convencer que aquele menino do filme anterior agora se tornou um respeitado rei. Will Pouter (Eustáquio) também se saiu muito bem, dando a comicidade e a dramaticidade necessária a seu personagem.

Por trás das câmeras, Michael Apted dirige nadando contra a maré criada nos primeiros episódios da trilogia: com grandes seqüências, bons diálogos, paisagens belíssimas, mas nada de querer parecer “O Senhor dos Anéis”.

Embora não lute para ser o melhor filme de fantasia dos últimos anos, “A Viagem do Peregrino da Alvorada” é espetacular, cativante e encantador, o que promete atrair ainda mais fãs para a obra de C.S. Lewis.

Aliás, este é um filme que determinara o destino de Nárnia nos cinemas. São mais quatro livros que podem virar filmes dependendo da bilheteria deste terceiro longa. Caso os outros filmes aconteçam, só temos a ganhar com isso. Caso não, AVPA encerra uma bela trilogia – daquelas para se ter em casa – com chaves de ouro.

Aproveitando para agradecer ao @danosse e ao @espacoz_recife, pela ótima pré-estréia.

Israel Leal

2 comentários:

Wilton Pontes disse...

Nossa!

Vou assistir as Cronicas de Narnia só por causa do seu comentário.

Você tá escrevendo muito bem! Parabéns!

yaserpacino disse...

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