quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Ciro pode ser vice de Aécio

Ciro Gomes apresenta-se como alternativa para compor a chapa de Aécio e este retribui a gentileza, podendo apoiá-lo, liderando uma dissedência do PSDB.

Eles só não anunciaram ontem, após almoço no Palácio da Liberdade em Belo Horizonte, por uma questão de timing. Mas, com certeza, Ciro Gomes e Aécio Neves farão isto antes de março, prazo final para a formalização de candidaturas, desincompatibilizações, etc. E anunciarão que há uma forte possibilidade de Ciro vir a ser o vice de Aécio. Porém, dependendo de quem estiver mais bem posicionado nas pesquisas, em março, é Aécio que apoiará Ciro. Este plano vem amadurecendo há meses, desde que os dois amigos (e eles realmente se dão bem desde os tempos em que Ciro era uma da principais lideranças do PSDB) resolveram deixar de ser coadjuvantes. O objetivo é desconcertantemente simples: a- romper a camisa de força a que ambos estavam submetidos, Ciro dependente da simpática compreensão do presidente Lula e Aécio subordinado à errática estratégia do tucanato paulista comprometido com a candidatura Será; b- tomar um banho de holofotes midiáticos até então voltados apenas para Serra, Dilma e Marina e c -levar o projeto até as vias de fato, por que não?

Nas entrevistas de ontem em Belo Horizonte os dois pré-candidatos deixaram clara a intenção de caminharem juntos até a eleição do próximo ano. Palavras de Ciro: ”Se Aécio for candidato, minha candidatura não será mais necessária”. Palavras de Aécio: “É uma amizade de toda a vida, seria extraordinário se pudéssemos caminhar juntos”.

Os jornalões brasileiros não informam isto corretamente, porque perderam definitivamente a compostura e assumiram sua função de meros manipuladores da opinião pública. É a isto que eles chamam de liberdade de imprensa. Seja como for e como este blog vem registrando há semanas, há na área governista ( mais precisamente na petista) um sério desconforto em relação a Ciro. Na vertente oposicionista a situação é mais grave: há um racha declarado e já se partiu para o desaforo tanto em reação a Ciro como a Aécio. Algumas declarações: “Este encontro foi uma provocação”, resume Gustavo Fruet, uma das principais lideranças tucanas. “Ele (Ciro) é um desafeto do PSDB, diz que representamos o atraso”, desabafa a senadora Marisa Serrano, vice-presidente da legenda. Finalmente, Sérgio Guerra, o presidente do partido afirma, conciliador, que “Aécio tem o apoio do PSDB de Minas e acho natural que, como pré-candidato, procure apoio em todo lugar”. Há uma semana, Guerra dissera que Aécio (na comparação com Serra) “é mais abrangente”, o que foi percebido por uns como uma gafe e, por outros, como um recado enviado ao governador paulista. Este, aliás, é chamado pelos desafetos como o Coiso. E foi assim que Ciro referiu-se a ele, ontem, após a reunião com Aécio.

Retrospecto:

1-A candidatura Serra começou a fazer água, há meses, (fato registrado por este blog), torpedeada que foi por um fator externo: a Grande Crise Norte-Americana fez com que o tucanato ficassem sem discurso, já que o usual, a defesa do estado mínimo e do Mercado liberado, tornou-se escancaradamente obsoleto.

2-Percebendo isto, Aécio saiu na frente e atualizou seu discurso que adquiriu alguma conotação nacionalista, estatizante e até de compreensão em relação aos movimentos sociais. Para ele isto não foi difícil, sendo como é, neto de Tancredo Neves, conservador e getulista ao mesmo tempo.

3- Um dos principais mentores da nova postura de Aécio é César Maia que controla virtualmente o DEM, mas não conseguirá que este partido também rache de alto a baixo.

Fonte: fatosnovosnovasideias.wordpress.com

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